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Especialista
Ginecologia/Obstetrícia e Subespecialista em Medicina Materno-Fetal
Coordenadora da Maternidade HPA Gambelas
HPA Magazine 12
Um dos mitos da gravidez é o de que a mulher grávida não deve consumir café. É amplamente aceite que qualquer efeito do café a nível da saúde reprodutiva está ligado mais à cafeína do que ao café em si.
Existe cafeína em diferentes bebidas e alimentos; para além do café também está presente no chá preto, bebidas energéticas, refrigerantes e chocolate. Podemos encontrar cafeína em produtos que nem imaginamos, como por exemplo em alguns cremes cosméticos usados na gravidez.
O consumo de cafeína durante a gravidez é muitas vezes debatido entre os profissionais de saúde em relação aos riscos para o feto. A cafeína é rapidamente absorvida, passa livremente pela placenta e é pouco metabolizada pelo feto. Por aumentar os níveis circulantes de catecolaminas maternos, têm sido levantadas questões sobre a relação entre a exposição à cafeína e complicações da gravidez como abortos espontâneos, restrição do crescimento fetal e parto pré-termo, entre outros.
Como a cafeína atravessa a placenta e aumenta os níveis de catecolaminas maternos, levantou-se a hipótese de que poderia induzir vasoconstrição e hipoxia fetal. No entanto, tem sido demonstrado que a cafeína não causa diminuição no fluxo uterino ou oxigenação fetal.
Porém, foi verificada uma relação dose dependente entre o consumo excessivo de cafeína durante a gravidez e efeitos adversos. É aconselhado por isso limitar o seu consumo durante este período.
Contudo, não há evidência que o consumo moderado de cafeína durante a gravidez tenha implicações negativas para o desenvolvimento cognitivo e comportamental do feto, referindo as organizações de saúde que o consumo até 200mg de cafeína por dia é seguro.
Portanto, a mulher grávida pode beber café desde que o faça com moderação, tendo em conta a quantidade de cafeína presente nos alimentos/bebidas.
Dose máxima aconselhada de 200mg por dia na mulher grávida